Hoje (27/12) fui a Igreja Batista Nova Esperança e lá, tive a oportunidade de ver uma peça de teatro muito cativante que me fez ter sensações, esteticamente falando, diferentes do decorrer da mesma. Calafrios e arrepios constantes me fizeram refletir na verdade e realidade do teatro. Por que encenar a realidade nos comove, mas, a realidade em si não causa a mesma sensação?
Sempre ouvi falar da magia do teatro, da sua capacidade de colocar uma realidade e/ou uma fantasia encima de um palco, porém, quando eu estava em cena era como se o meu corpo, minha mente e todos os meus sentidos estivessem emprestados ao meu personagem. As vezes a preocupação com a certeza do sucesso afastava a emoção. Penso: ISSO NÃO É TEATRO. Será que esse significado nunca ficou claro pra mim?
Hoje, mesmo com tanto tempo dedicado a o teatro, especificamente à pantomima, senti o que jamais havia sentido de frente a um palco ou até mesmo encima dele. Certo que uma boa direção e bons textos são indispensáveis. Mais diante da verdade que é apresentada pelo ator eles são apenas assessórios. É incrível quando você está olhando pra cena e ao mesmo tempo parece está nela, um 3D que não se usa óculos. Uma foto permeável que podemos transpassá-la e participar do ultimo momento antes do “Click” final.
Teatro pra mim vem, a cada dia, ganhando um novo significado. A cada espetáculo uma forma diferente de vê-lo. A cada cortina que se abre, o coração sempre irá atingir seu máximo em sua freqüência cardíaca. Se estou encima do palco ou na platéia não importa, quero a emoção de se viver duas vidas concomitantes. Simplesmente faça teatro, ou melhor, Teatro ou simplesmente Viva Teatro.
PS: A peça assistida foi dirigida e escrita pela Malu Kassar, a ela os meus agradecimentos!
Fotografia de Raul Spinassé
